A Inteligência Artificial (IA) Generativa tem sido um dos tópicos mais quentes do momento desde o lançamento da ferramenta ChatGPT em novembro de 2022. Essa tecnologia, desde que ganhou popularidade, vem revolucionando diversos setores e gerando impactos profundos na economia e sociedade. Mas será que esse interesse pela IA Generativa é uniforme ao redor do mundo?
Um estudo recente produzido pela EletronicsHub mapeou o interesse relativo de cada país por essa tecnologia, com base em dados de pesquisas do Google. Os resultados revelam algumas tendências interessantes.
Em primeiro lugar, fica claro que o burburinho em torno da IA Generativa é real e significativo. Desde o lançamento do ChatGPT, as buscas globais pelo termo dispararam, superando inclusive buscas por termos mais amplos como “IA” e “aprendizado de máquina”. Isso demonstra que o público em geral está cada vez mais ciente e curioso sobre as aplicações práticas dessa tecnologia.
Porém, quando analisamos o interesse país a país, notamos uma grande disparidade. “De acordo com os dados compilados, o maior volume de buscas por ferramentas de IA Generativa foi observado nas Filipinas (5.288), seguido por Singapura (3.036) e Canadá (2.213)”, aponta o artigo.
De modo geral, os países asiáticos tendem a demonstrar maior interesse relativo pela tecnologia, com China, Nepal, Singapura, Israel e Índia ocupando as 5 primeiras posições no ranking. Por outro lado, países europeus estão entre os menos interessados, com Rússia, Polônia e França nas últimas colocações, junto com Japão e Coreia do Sul.
Essa divisão entre Oriente e Ocidente pode ser explicada por diversos fatores. Países com maior desenvolvimento tecnológico e histórico de investimentos em IA, como China e Singapura, naturalmente tendem a estar na vanguarda da adoção dessas ferramentas. Políticas governamentais favoráveis e uma cultura mais aberta à inovação também podem contribuir para o maior interesse.
Já o menor entusiasmo relativo em alguns países desenvolvidos do Ocidente pode estar relacionado a preocupações éticas e regulatórias mais acentuadas. Questões como privacidade de dados, viés algorítmico e impacto no mercado de trabalho têm gerado debates acalorados nesses países, potencialmente resfriando um pouco o ânimo inicial com a tecnologia.
Apesar dessas diferenças, especialistas acreditam que a IA Generativa será uma força transformadora global, com impactos sentidos em todos os países em maior ou menor grau. “Os países que dominarem essas tecnologias podem obter vantagens competitivas significativas no futuro”, ressalta a pesquisa.
Governos e empresas ao redor do mundo precisam se preparar para essa revolução, investindo em pesquisa e desenvolvimento, formando profissionais capacitados e criando regulamentações equilibradas. Ao mesmo tempo, é fundamental promover um debate amplo na sociedade sobre os benefícios e riscos da IA Generativa, garantindo que sua adoção seja ética e inclusiva.
A ausência do Brasil nos rankings de interesse por IA Generativa em texto, imagem e vídeo é alarmante. Enquanto países ao redor do mundo, especialmente na Ásia, estão adotando essas tecnologias transformadoras, o Brasil parece estar ficando para trás. Esse aparente desinteresse ou falta de consciência sobre o potencial da IA pode ter consequências sérias para a competitividade do país a longo prazo.
O mapa global do interesse pela IA, produzido pela EletronicsHub, oferece um panorama fascinante desse momento de transformação tecnológica. Esta análise nos mostra a urgência de olharmos para além das fronteiras e aprendermos uns com os outros. Precisamos construir um futuro em que a IA seja uma ferramenta a serviço do bem comum da humanidade. O caminho pela frente é desafiador, mas também repleto de oportunidades incríveis. Cabe a nós, como sociedade global, moldar esse futuro de forma consciente e responsável.