Sobre qual ponto de vista você toma decisões?

Empreendedores mais do que ninguém sabem das dificuldades de se tirar uma ideia do papel e se iniciar um novo projeto ou negócio.

O acúmulo de funções, tarefas urgentes a todo momento, a falta de capital e equipes reduzidas tornaram-se situações cotidianas na vida de quem administra e/ou tem seu próprio negócio.

Conciliar todos esses fatores somados à vida pessoal exige muita dedicação, disciplina e força de vontade.

Porém, por mais que se tente, manter tudo harmonicamente equalizado é uma tarefa que poucos tem êxito.

Gradativamente, o tempo tende a ser consumido fora do planejado e passamos a dedicar muita atenção, sem perceber, ao que de fato não nos é importante.

Entrar no piloto automático, hoje é mais comum do se que imagina.

Muitas vezes, tomados pelo momento, não nos damos conta se quer do nosso comportamento, o que pode se tornar muito perigoso quando se está à frente de uma empresa e liderando pessoas.

O texto abaixo, o “Pálido Ponto Azul” de Carl Sagan me fez refletir sobre muitas questões.

Aproveite a leitura e reflita também sobre o seu comportamento, mas lembre-se, seja sincero consigo mesmo.

Identificar que um problema existe, neste caso um comportamento inadequado, é 50% de sua solução.

  • Quantas vezes em sua vida você priorizou coisas erradas?
  • Quantas vezes no trabalho agiu guiado pelo próprio ego?
  • Quantas ideias deixou engavetada pelo medo do fracasso?
  • Em quantas situações supervalorizou suas qualidades e diminuiu as de outras pessoas?
  • Em quantos atritos desnecessários entrou?
  • Quantos julgamentos precipitados realizou?
  • Quantas vezes se fechou para outras ideias e opiniões considerando estar certo?

Até mesmo as coisas que julgamos mais importantes em nossa existência podem ser insignificantes de outros pontos vista.

Nós agimos e tomamos decisões baseados nos “filtros” pelos quais enxergamos a vida, mas precisamos entender que as nossas verdades não são absolutas e indiscutíveis.

Tudo que amamos, tudo que conhecemos, faz parte de um pequeno “Ponto Azul”, talvez insignificante para o Universo, chamado por nós de planeta Terra.

O Pálido Ponto Azul – Carl Sagan

“A espaçonave estava bem longe de casa.

Eu pensei que seria uma boa ideia, logo depois de Saturno, fazer com que ela dessa uma última olhada em direção de casa. Desde Saturno, a Terra parecia muito pequena para a Voyager capturar qualquer detalhe.

Nosso planeta seria apenas um ponto de luz, um “pixel” solitário.

Dificilmente distinguível de muitos outros pontos de luz que a Voyager avistaria, como planetas vizinhos e sóis distantes. Mas, justamente por causa dessa imprecisão de nosso mundo assim revelado valeria apena ter a tal fotografia.

Já havia sido bem entendido por cientistas e filósofos da Antiguidade Clássica que a Terra era um mero ponto em vasto cosmos circundante. Mas ninguém jamais a tinha visto assim.

Aqui estava nossa primeira chance, e talvez a nossa última nas próximas décadas. Então, aqui está, um mosaico quadriculado estendido em cima dos planetas e um fundo pontilhado de estrelas distantes.

Por causa do reflexo da luz do Sol na espaçonave, a Terra parece estar apoiada em um raio de Sol. Como se houvesse alguma importância especial para esse pequeno mundo. Mas é apenas um acidente de geometria e ótica.

Não há nenhum sinal de humanos nessa foto. Nem nossas modificações da superfície da Terra, nem nossas máquinas, nem nós mesmo.

Desse ponto de vista, nossa obsessão com nacionalismo não parece em evidência. Nós somos muito pequenos.

Na escala dos mundos, humanos são irrelevantes, uma fina película de vida num obscuro e solitário torrão de rocha e metal.

Considere novamente esse ponto. É aqui. É nosso lar. Somos nós!

Nele, todos que você ama, todos que você conhece, todos de quem você ouviu falar, cada ser humano que já existiu, viveram suas vidas.

A totalidade da alegria e do sofrimento, milhares de religiões, ideologias e doutrinas econômicas, cada caçador e saqueador, cada herói e covarde, cada criador e destruidor da civilização, cada rei e plebeu, cada jovem casal apaixonado, cada mãe e pai, cada criança esperançosa, inventor e explorador, cada educador, cada político corrupto, cada “líder supremo”, cada “superstar”, cada santo e pecador na história da nossa espécie, viveu ali, em uma partícula de poeira, suspensa em um raio de Sol.

A Terra é um palco muito pequeno, em uma imensa arena cósmica.

Pense na infinitas crueldades infligidas pelos habitantes de um canto desse pixel, nos quase imperceptíveis habitantes de algum outro canto.

Como são frequentes seus desentendimentos, como eles estão sedentos por matar uns aos outros, como fervilham seus ódios.

Pense nos rios de sangue derramados por todos esses generais e imperadores para que, em glória e triunfo, eles pudessem ser os chefes momentâneos de uma fração de um ponto.

Nossas atitudes, nossa imaginária autoimportância, a ilusão de que nós temos alguma posição privilegiada no universo, são desafiadas por este ponto de luz pálida.

Nosso planeta é um pontinho solitário na grande e envolvente escuridão cósmica. Em nossa obscuridade, em toda essa imensidão, não há nenhum indício de que a ajuda virá de algum outro lugar para salvar-nos de nós mesmos.

Goste disso ou não, neste momento, a Terra é onde estamos estabelecidos.

Tem sido dito que a astronomia é uma experiência de humildade e formação de caráter. Talvez não haja melhor demonstração da tolice das vaidades humanas do que essa imagem distante do nosso pequeno mundo.

Ela enfatiza nossa responsabilidade de tratarmos melhor uns aos outros, e de preservar e estimar o único lar que nós conhecemos… o pálido ponto azul.”

Histórico

Em 1990, depois de completar sua missão principal, a sonda Voyager 1 recebeu comandos da Terra para tirar uma sequência de fotos que se tornaram históricas. Elas seriam as últimas da nave, que naquela data estava a 6 bilhões de km da Terra. Mas, mais do que isso, seria a primeira foto de “família” do Sistema Solar.

A ideia partiu de Carl Sagan e, entre os dias 14 de fevereiro e 6 de junho, a câmera da Voyager 1 obteve 60 imagens. Todas elas foram armazenadas em um gravador de fita para depois serem transmitidas à Terra.

Os planetas exteriores (Marte, Júpiter, Saturno, Urano e Netuno) foram fotografados primeiro, pois, do ponto de vista da nave, Mercúrio, Vênus e Terra estariam muito próximos do Sol.

Havia o receio de que, após fotografá-los, a câmera pudesse deixar de funcionar, o que não ocorreu.

A foto obtida pela Cassini mostra não só a Terra, o famoso “pálido ponto azul”, mas também sua companheira, a Lua. Ampliando-se a imagem, é possível distingui-la, e este é o registro do sistema Terra-Lua mais distante já obtido.

Referências

http://pt.wikipedia.org/wiki/Carl_Sagan

http://g1.globo.com/platb/observatoriog1/2013/07/26/um-palido-ponto-azul-segunda-parte

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